quinta-feira, 8 de julho de 2010

Apresentação

Me chamo Carlos Alberto como muitos e da Silva como quase todos descentes de escravos no Brasil. Vim para o Haiti para passar seis semanas, por conta de um esforço humanitário que a organização para qual trabalho está promovendo. Deixo claro que o que vou escrever aqui não é puro e imparcial como pregam autores hipócritas que tentam esconder suas convicções por detrás do véu da “imparcialidade”, acredito que o mundo ainda é dividido por classes, que existam os dominantes e os dominados. Claro que não mais como fora analisado por Marx no século 19, muitos anos se passaram e o capital se redesenhou, mas também não acredito que este redesenho tenha sido a ponto de se criar uma nova relação social de produção[1]. Seria tolice afirmar que a humanidade não faz à história, mas pelo que estou presenciando aqui no Haiti, certamente não a fazem da forma que querem.

Entre muitas das insurreições de escravos que o mundo presenciou apenas uma foi vitoriosa, em 1791 na então colônia Francesa de São Domingos iniciou a meu ver a mais intrigante insurreição de escravos, até os dias de hoje. Durou por 12 anos ininterruptos, depois de já terem ganhado várias batalhas em 1803 derrotaram a expedição liderada pelo cunhado de Bonaparte, o que culminou no estabelecimento do Estado Negro do Haiti.[2] Hoje Republica do Haiti.

Tentarei demonstrar através dos meus posts que o povo haitiano enfrenta até hoje os efeitos por tamanha ousadia

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Carlos Alberto

Educador social, Raper, estudante de filosofia, inconformado com o mundo e tentando mudá-lo.



[1] Quem quiser aprofundar neste tema assinar a “Critica Semanal de Economia”. Informações:

[2] Para maiores informações e estudo ler Os jacobinos Negros de C.J.R. James, editora Boitempo.

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